O aconchego do fogo Mate bueno e carne assada Ver a beleza dos bichos No sem fim das invernadas Fazer dum potro um cavalo De topar qualquer parada O que se vive e se vê É um paraíso e mais nada Doma é lida que me agrada Potros, potros e mais potros Breteando assim a lo largo Pego uns, entrego outros E assim vou cultivando Essa vida em liberdade Com ar puro nas minhas ventas Me sinto bem a vontade Vendo brotar primaveras E branquear os pastos no inverno Vendo sementar mío, mío Pampeanos vivem fraternos Quem doma potro com amor Jamais irá para o inferno Tomára que Deus me ajude E este cantar seja eterno De a cavalo nessa pampa miro lejos Seja em manso ou redomão Com o mango colgado no pulso Rédea e cabresto firmes na mão Pé com espora, calçado no estrivo Volta da perna vai certa nos basto Miro a metade azul do horizonte, é céu Miro a metade verde do horizonte, é pasto Assim ando teatinando Pelas estâncias de achego Naco de fumo no bolso Fiambre embaixo dos pelegos Levo canha no bocó As vezes junto com a creolina E no lombo destes potros Vou cumprindo minha sina A trotezito no más Nesta minha vida aragana Co'uma tropilha de bagual por diante Ouvindo o tinir da campana Nesta união de três bandeiras Que cada vez mais se hermana Donde veio a inspiração Pra esta milonga pampeana