A alma caseira desses sonhadores Tem os olhos fechados quando ela quer Tem sonhos eternos e medos errantes Nos olhos distantes de alguma mulher E às vezes se entrega por ser costumeira Mostrando-se inteira pra quem bem quiser Não sabe ainda das coisas do longe Que a vida revela pra quem merecer Nem sabe que o tempo e a distância revelam Saudades que levam a gente a esquecer Das tantas volteadas e dores sentidas Que amarram a vida só pra nos prender Guerreira alma caseira olhai por nós Que cultivamos sonhos demais pra um corpo só Que andamos às vezes bastante perdidos Um pouco esquecidos nestes cafundós Pois tu que conheces todas as minhas caras Vem, solta as amarras, e desfaz esse nó Queria que o tempo mandasse noticias Das vozes antigas que a garganta calou Memorias que a alma às vezes renasce Como que se escutasse alguém que cantou Os versos melhores daquelas saudade Ou alguma verdade que o passado olvidou A alma caseira desses sonhadores Não cabe no corpo se a vida extravasa Parece que ganha seus rumos intensos Às vezes imensos pra força das asas E aos olhos dos outros se mostram constantes Mas viajam distantes sem sair de casa