Há fulanos que falam que são malandros Só por que têm um oitão com muita bala O malandro de verdade curte a vida desarmado e não cava a sua vala De calça jeans ou alinhado, de tênis ou de sapato Onde chega é bem tratado Sempre querido e respeitado, tem presença Fala bem pois é um cara denodado Andando em grupo ou sozinho Vai em frente pela sombra com a consciência limpa Não deve nada a ninguém, é gente boa e seu jogo de cintura é supimpa É modesto quando fala, procedendo como homem não se achando o batuta Sujeito original, dispensa a farsa e o uso de uma máscara fajuta Malandro inconsequente e vacilante que na área abusa da valentia Deita mais cedo no sereno sem lençol ou travesseiro e não acorda noutro dia Ô, malandro, o que que há? O que faz você pensar, que pode se agigantar A fim de nos esmagar? Ô, malandro, assim não dá Se coloque em seu lugar Você pode se estrepar, ao querer todos peitar Atenção meu cumpádi se você faz barulho sem necessidade Toda mãe derrama prantos e lamenta ao perder o filho em tenra idade Que malandrice é essa que coloca o próprio corpo exposto ao envenenamento Se reduzindo a um farrapo só por causa do efeito de um químico contento Quem é malandro se adianta, vai veloz e nunca deixa na carência a sua amada Para brigar com desafetos ou ficar falando asneira em meio a rapaziada Ganhar no grito difamando com injúrias tão cruéis só alimenta o rancor Modo de agir de alguém mal resolvido, infeliz, sem pundonor Malandragem de verdade dá nó cego em pingo d'água e mantém tudo firmeza Ao invés de fazer cara de mau, é melhor raciocinar e ter destreza Ô, malandro, o que que há? O que faz você pensar, que pode se agigantar A fim de nos esmagar? Ô, malandro, assim não dá Se coloque em seu lugar, você pode se estrepar Ao querer todos peitar A vida apesar de muita dura é tão bela pra abusarmos tanto dela Reclame menos, lute mais para encontrar o aconchego desviando da mazela Mais vale um sentimento de pureza a uma compulsiva fome de consumo Ser incondicional e verdadeiro com pessoas tão carentes sem o sumo Mesmo sendo tu um malandro "bunda suja" ou malandro d'alta roda O ciclo natural detém os galhos tão selvagens ao executar a poda A minha munição é uma caneta entre os dedos e uma ideia alucinante Lapido as palavras e transformo a poesia ritmada em diamante Tô acordado, observando em seguida musicando, cuidadoso e tô ligado! Como o Sol que aquece todo dia o distinto e o execrado Ô, malandro, o que que há? O que faz você pensar, que pode se agigantar A fim de nos esmagar? Ô, malandro, assim não dá, se coloque em seu lugar Você pode se estrepar, ao querer todos peitar