Tantas porradas eu tomei Caí pra me levantar Procurando um porque e um motivo pra ficar Mas uma vez pensei: É hoje que eu vou parar! Um monstro interior que vem pra me assombrar Tantas portas eu abri e quantas delas veio a cara Quantas vezes persisti, mas nunca deu em nada Mas não posso fraquejar, sei que não posso me entregar E eu vou continuar até a a caneta falhar! Cada coração Cada mente em confusão Cada caos emocional Todo conflito e redenção Usei como escape pra cantar aos meus irmãos E hoje mudo meu nome Me chame libertação Sou lp e meu rap canta minha alma E se não fosse assim, então não seria nada Não vim por fama nem por grana, faz favor Eu vim pra ser uma lenda, então eu canto com amor Não vim pra protestar, protesto é interior Só quero usar meu rap como forma de clamor Um salve pro projota, marechal e thaíde E se eu tô aqui agora Agradeço ao rashid A vida é desafio, eu te entendo, mano brow Respeito é pra quem te, então sem sabotage Visionário é o cabal, profeta ancestral E se o rap é nacional, o meu é espiritual Eles pensam: Não sou capaz Surpreendo e escrevo mais Vencedor também perdeu, num longínquo tempo atrás A dor é o combustível, sinta o quanto puder A vida é corda bamba, mantenha-se de pé Lado a lado com a fé, caminhei pelos espinhos Ninguém me perguntou quando eu estava aqui sozinho Não lastimei ao sofrimento, abracei ao meu tormento Eu e Deus na caminhada, descalço nessa estrada Prometi pra mim mesmo que era o final dessa porra Mas se eu parar de escrever, o que será de mim? Jamais iria suportar ter que abrigar minhas dores Como iria me libertar de tudo que é ruim? No pior dia da minha vida, fiz a melhor letra Me senti um merda e hoje faz sentido Há momentos que a vida é tipo muita treta E nessas tretas é que cê vê quem realmente está contigo Eu digo é o rap que sempre esteve ao meu lado Independente ao fato, bronca, papo reto, ele tava lá Eu digo é o rap, som chiado, mal escrito Sem ouvintes, sentidos, ruídos Fez questão de me escutar Me deu tudo que tenho, não só bens mas me deu vida Confidente dos tormentos, era o meu quinto vigia Naquela sala em prantos, foi o soldado que fica Me tornei o oitavo anjo, vi que a escrita era divina Sentindo a dor que o homem chora, pois até Jesus chorou Cada lágrima escorrida, o transbordo de uma dor Trago na composição: Cicatrizes e feridas Sinto que a minha missão é vir aqui pra salvar vidas Nada como um dia após o outro dia, a realidade é cruel Quem nunca quis ir pra um bom lugar, seguir um só caminho Com destino ao céu? No ápice do meu transtorno, pensei até em partir Pois o inferno é o paraíso pra quem sobrevive por aqui Já vivi e já morri, vi o céu e o paraíso Me equilibro em corda bamba entre a vitória e o abismo Já nem tenho mais conta das vezes que a morte na sede veio me querendo Mas nenhum óbito é tão doloroso quanto estar com vida e não está vivendo