A saudade é uma espera demorada Ainda mais quando a distância mora nela Ficam luas pra açoitar quartos de ronda E uma ausência de sorrisos na janela Cada vez que o fim da lida encerra o mês E a partida que há em mim se faz estrada Da tristeza de cruzar frente ao teu rancho E mirar tua janela assim fechada Quem já partiu, embora a alma permaneça Mora nas casas que o destino sabe ter Fica, pra sempre, na moldura da janela Mesmo que o tempo nos ensine a esquecer Quem sabe um dia, no retorno de uma tropa Minh'alma estradeira teu olhar mate o cansaço E entre um sorriso de saudade que eu espero Com boas vindas, mate bueno e um abraço Daí, de novo, a moldura da janela Terá sua Lua, minha flor, no meu querer E o que era ausência saberá ser acolhida Por olhos claros, que eram meus, sem eu saber Flor amarela feito Lua no cabelo Das noites claras que a saudade não deu fim Ficam mais quietas sem os olhos miradores E o riso terno que tu tinhas só pra mim