Já fui trocado, humilhado Escorraçado Vi meu povo escravizado E não pude fazer nada Fui taxado De drogado alucinado Só porquê minha bebida Não é a base de cevada Fui chamado de lesado Só porque a patricinha Aquele dia Me deu mole e eu nem aí Que gente chata Escrota e alienada Eu só queria uma nave Para me abduzir E vou em busca De algum outro planeta Aonde o sofrer do outro Não faça o outro sorrir Estou cansado De nadar num mar de lama Enquanto o Terno de Bacana Dá role de Jet Ski Tô cansado De nadar num mar de lama Enquanto o Terno de Bacana Dá rolé de Jet Ski E atrasado Por nadar num mar de lama Enquanto o Terno de Bacana É só Rolex Não entendo Tanta gente competente Se achando diferente Por morar no Buritis Mas não entendo Tanta gente diferente Se achando competente Por morar no Buritis Fui chamado De preto fudido Vagabundo, ordinário Arrogante convencido Mas eu? Não ligo E só trabalho com amigo Não sou da trairagem Estilo ternin bacana Da sustentabilidade Chegou no fim de semana Tira o carro da garagem Mas gastar água do povo na calçada? É sacanagem É sacanagem Água do povo na calçada? É sacanagem É sacanagem Água do povo na calçada É sacanagem Muita gente foda se sentindo um bosta Um monte de bosta se achando foda Viva la favela! Na viela tem mais 5 Jet Ski Tipo Bruce Lee Vem de Hennessy Pretos querem ice Brancos querem ice Muitos querem muito Poucos querem pouco Todos querem mais Tolos querem mais Dusares, mineiro suburbano Mano Guilherme Caboclo? Índio, preto, branco, pardo Malandro mulato, respeito é nato Terno de Bacana? Capitães do mato Gafanhotos pros senhores feudais Natural ou místico, doa quem a quem doer Água do povo na calçada? É tipo assim Botar fogo na floresta Vender que preto não presta E esconder dentro da fresta Admiração por genocida indígena Lá no meio Desse tanto de lacaio Fala feito papagaio Só que age como rato Nossa rima é o gato A pedra dentro do sapato Ou melhor, da bota Do capitão do mato Que só mata e desmata A nossa mata, a nossa pátria O nosso povo, o nosso canto O nosso pranto vale tanto? No entanto agora canto E eu vou dilacerando O engano em todo canto Gostam de ver o sangue E derrama, mas meu mano O meu manto Ele é feito de Vibranium Direto de Wakanda Com magias de Umbanda E lições de Aqualtune Que comandou 10 mil homens Passou fome foi escrava Mesmo assim fez o seu nome No Quilombo dos Palmares Zumba, Sabina e Gana Não tenha medo dos caras Nem dos bota Bota a cara, e não desonre A luta dos Pantera Que já vem e é de ano Pra racista otário eu sou Kamaru Usman Sangue brasileiro e meu dom é africano