Elementos Vou escutar jazz e morrer triste. De olhos fechados vejo um mundo mais bonito. Minhas verdades estão fora de moda e afogadas num pensamento gay. Os meus desejos se mostram num ato implícito Que, de tão sutil, às vezes nem eu percebo. A reclusão me torna mais humano e é assim que me sinto sociável. Gosto do perigo, do medo de ser assaltado, do inconseqüente. Passei as últimas semanas sozinho e desta vez não quero reclamar. Choram-se mágoas, criam-se rugas. E novamente falo sem parar. A rima pobre me fez ser apaixonado por uma vida que eu não sei acessar. Até quando vou continuar criando esperando minha vida mudar? Até quando vou me vilipendiando esperando a cabeça estourar? É estranho, mas a tristeza me encoraja e somente hoje acho que posso viver assim. Completamente incompleto ou parcialmente satisfeito? O ângulo faz a situação. Eu vejo a torre, eu vejo o céu escuro e eu só queria mesmo estar aqui. Isso não tem nada de Alanis e não chame de Cazuza uma parte tão sincera de mim. Chega de concessão, quero o equilíbrio dos cachorros. Cada um tem o seu jeito de levar a vida, o meu é mais existencial. Vou escutar barulhos e me deitar na rede. Fumar o meu bagulho, matar a minha sede de mim. Coçar a minha perna, sentir meus pés na terra e, de repente, começo a sorrir. Temendo meu fim... Me entusiasmo com a mesma facilidade que me calo e começo a chorar. Percebo as minhas veias e mosquitos me devoram. Boa noite, e que amanhã seja assim. Boa noite, e que amanhã seja assim.