Sua alma encomendada É mixaria pra grileiro Não se importa com mais nada Já está cego por dinheiro Mercenário pé rapado Guarda costas de posseiro Atirador amargurado Pior tipo de brasileiro O ódio toma conta do sujeito com a arma na mão Não passa de um pobre coitado, lambe-bola de patrão Só respeita a humanidade de quem mais forte Na bala, na cara, no cheiro de morte Em meio às aldeias do Brasil onde ninguém vê Existe um povo condenado, sem saber o porquê Foram massacrados, estão vivos sorte Facada na carne, jorra sangue do corte Cuidado com o presente de branco Do tal homem civilizado Que lava de sangue todo o barranco E fuzila o índio desarmado Cuidado com o presente de branco Do fazendeiro bom e honrado Estupra índia no ódio e no tranco E mata o cacique degolado Entra no mato pra fazer justiça E matar pelo dinheiro "justo" Tem maldade somada a cobiça Mas é covarde se esconde no arbusto Magrela armado com olhar febril Alcança o objetivo à qualquer custo Atira do outro lado do rio No cara a cara o índio é mais robusto O presente de grego cheio de veneno foi mandado Envenenado o indiozinho chora aterrorizado Bombardeiam os aviões que vem rasgando o sereno Lágrimas que de quem já sofre tanto mesmo pequeno O presidente bossa nova não quer nem saber O sangue que corre na mata não vai para TV Só dos índios Cinta Larga foram mais de três mil No paralelo 11 assassinaram o Brasil! Cuidado com o presente de branco Do tal homem civilizado Que lava de sangue todo o barranco E fuzila o índio desarmado Cuidado com o presente de branco Do fazendeiro bom e honrado Estupra índia no ódio e no tranco E mata o cacique degolado Não!