Nóis dois vivia intocado e clandestino Nosso destino era fundo de quintar Desconfiavam que nóis era comunista Ou terrorista, de manchete de jornar Nóis aluguemo casa na periferia No mesmo dia, se mudemo para lá Levando uma big de uma metralhadora Que a genitora se benzia ao oiá Nóis pranejemo de primeiro um assarto Com mãos ao arto, todo mundo pro banheiro Nóis ria de pensar na cara do gerente Oiando a gente, conferindo o dinheiro Mas o tal banco acabô saindo ileso E fumo preso, jurando ser inocente Nóis não sabia que furtar de madrugada Era mancada pois não tem expediente Despois de um ano apertado numa cela O sentinela veio e anunciou O delegado pergunto se ocês topa Ir prás Oropa a troco de um embaixador Na mesma hora arrumemo passaporte Pois com a sorte não se brinca duas veiz E os passaporte que demo no aeroporto Era de um morto e de um lorde finlandês E quando veio aquela tar de anistia Nem mais um dia fiquemo no exterior E hoje já fazendo parte da história Vendendo memória, hoje nóis é escritor