De onde veio a minha fé De onde veio a minha cor Foi da cachaça, foi do ferro ou do café Do rubro que a terra chorou Meu sangue corre quente pelo couro do tambor Nos bolsos trouxe minhas mãos Nas mãos a dor que calejou E a batucada viva do meu coração O açoite nunca que calou A noite corre quente pelo couro do tambor Um santo preto foi quem me acendeu a luz E pela mata o caboclo me fez subir Fiz minha serenata em Pirapora ao Bom Jesus E se eu chorei ao pé da cruz foi pela morte de Zumbi Meu grito o nêgo sente pelo couro do tambor Ao que nos trouxe até aqui Ao que nos der o amanhã Que Dzambi abençoe a tradição Tupi E ao Banto a benção de Tupã O peso da corrente cai no couro do tambor