Pai, ó, meu Pai Venho aqui a buscar-te, enfim Tão longe estive e ousei corromper o que me deste Pai, ó, meu Pai Quanto amor sinto junto a Ti . . . Pai, a dor lá fora não tem Nem limite nem medida Eu quis fugir de tudo Quando me conduzia A viver bem, em paz E sonhei ter bem mais Mas, só em dor profunda Eu me encontrei distante Quis retornar e vim Perdão, meu Pai . . . (Segunda Voz) Eis me aqui, bem aqui, junto a ti, tão feliz, Pois voltou o meu filho tão amado . . . Tua dor vai passar, vem aqui me alegrar Como eu quis que voltasses di exílio! Ouve a lição que a dor te deu Não chores mais. Vem cá . . . Sou Teu Outros verão o que te vai Vem filho, sou eu Teu Pai (Terceira Voz) Sim, acontece assim; E é bem atual a lição do filho que esbanja O que recebeu do Pai E vai mendigar mundo afora. E é sempre assim: cada qual, no fim, Pelo que viveu, pelo que sofreu Sem descanso Vê que recebeu de Deus O que se precisa na vida Queremos mais, sempre mais, muito mais Nos sonhos que o mundo nos traz, Pai! E a lei se faz, trazendo amiga antiga: E eis a dor, nos caminhos da paz, Doce paz, rara paz Na dor que os sonhos desfaz. Pai, eis a lição da dor que abriga O Teu zelo de nosso Pai.