Carukango, guerreiro africano de alma laaye No Órun fiz nascer a sabedoria, firmo minha ‘má no Áyié Muito prazer, sou a força do aço, e do vento a soprar Enfim minha trajetória em verso e prosa, vou contar! Óh, mãe África, mãe de todos nós Num grito de lamento a ecoar De mordaça e chibata, na senzala chorou Mergulhamos no mar de sofrimento Mas temos a força de um Baobá! Meu senhor onde nossa fé irá aportar? Chorou! Mas o negro jamais se curvou! O que fiz pra viver essa dor? Eu não temo ao mal do opressor! Ô, piedade de mim, meu senhor! Na luta, segui meu caminho Uni meus irmãos pra nossa morada No Quilombo fundei e busquei O sonho maior da vida liberta A dor percorre quem eu sou Entreguei a minha vida pela fé e o amor! Ó sagrado rio que vem a me banhar Fui entregue nos braços da rainha do mar! Enfim volto a minha terra como ser iluminado Guardião do Quilombo Um príncipe negro de fato Ynaê odoya Iemanjá, ynaê janaína! Voltei pra ficar e jamais sozinho! Pois o meu legado segue o caminho Mocidade Negra pede agô para quem tem fé Para sempre do povo, axé!