África berço da humanidade O apagamento da verdade Te coloca a chorar Da humanidade és o berço E por Nanã, os ensinamentos das Yabás Partiram do seu chão contra a vontade Singraram o mar da adversidade O que era choro de raiva e de dor Se transformou em lamento de saudade Era preciso ser forte para sobreviver Na senzala engole o pranto para não esmorecer Preta mãe, onde está o teu rebento? Mal nasceste e virou moeda na praça O leite que jorra alimenta o sinhozinho Mata a fome do branco e cai em desgraça E assim criou tantos que não eram teus Por suas mãos tomaram as bênçãos de Deus Mesmo em tanto ódio soube cultivar o amor Aplaque a dor Nos becos e vielas, nas mazelas das favelas Criadas por um país opressor Será que um dia vais ver o romper de uma nova aurora? Se esse Brasil fosse mãe como as pretas de outrora Valongo é voz da resistência E espalha a mensagem pela história É colo de mãe, mãe preta Eternizada na memória