O céu testemunhou a imensidão do sofrimento Não apenas um lamento História que a história escondeu Das mãos de Portugal, a dura sina Que o solo brasileiro conheceu Valongo, era o porto do comércio dos escravos Grilhões de sofrimento e terror A marca estampada em cada pele A pele face à força do opressor São gritos de dor, ôôô Cada chegada uma sentença O destino, a servidão Contra a humilhação Oh, senhor, tenha clemência! Cais da Imperatriz Nobre nome não apaga tanta morte Dos largados pela sorte Nas terras tristes de São Sebastião Hoje Porto das Maravilhas O teu passado semeou este teu chão Valongo, patrimônio da coragem De quem sobreviveu a viagem E tem coragem pra contar Meu povo ergue as mãos Com muito orgulho pra cantar Sou filho de Congo, de Angola O samba é o canto da nossa vitória Sou negro, sou a voz da esperança Valentia é minha herança