Meu leão virou pantera e tomou a avenida Na quimera dessas feras vou louvar tambor de mina No meu corpo trago a força, em meu sangue a realeza Evocando as ahosi e sua aura de grandeza Contam lendas desta terra que num sopro de nanã Esse mundo foi criado com o auxílio de Dan (e a lua) Foi dada a lua a mawu, e o sol foi dado a lissa (e vão surgir) Vão surgindo os Voduns Dando forma ao panteoes Heviosso e sakpata Pra cuidarem dos humanos e o planeta prosperar Mas o peso das correntes sentencia a raça ao mar A ganância toma a forma de um grilhão De vermelho tinge os campos de algodão Minha rainha, não fique a chorar Seu rugido de pantera para sempre há de ecoar (E ecoou) Tocam atabaques e agogôs Cantam os jeje-nagôs em sua fé E nos pontos da encantaria Vêm clamar por harmonia e muito axé Nos terreiros ouço o toque de abatás As vodunsis entram na roda e vêm dançar Chegam caboclos, tobossis e orixás Pra saudar a nossa mãe (salve Agotime) E pelas ruas, foliões pedindo paz Vêm para a festa, misturando os rituais A magia nunca há de sucumbir no meu Querebetã O tambor vai ressoar Todo o corpo vai tremer Rio Belo vai girar, sagrado xirê Foi nessa terra que fundei minha nação O meu eterno império de Daomé-Maranhão