Somos da mãe terra que embarcou no tumbeiro História cruzando o oceano A tez que nos reveste é valor de guerreiro Orgulho de ser africano Enquanto em nossos braços prendiam correntes A gente brotava do chão O amargo e doce caldo da moenda A cana que erguia o país Cabresto e arreio de tropeiros Carregando as riquezas pelas terras mais hostis Trabáia nego, nego trabáia Na labuta da enxada, sempre ao fio da navaia Para o tabaco verdejar a plantação Ou buscar canela, cravo e guaraná pelo sertão Mão preta que o algodão abriu em flor Extraiu o ouro Diamante encontrou, trouxe pedrarias Quando o brilho se esgotou Surgiu pelo sul da Bahia o valor do cacau E a febre que a seringueira gerou em Manaus No aroma da florada do café No ganho dos tabuleiros As flores, frutas e bolos para vencer o cativeiro Em Debret, Caymmi e Ari Barroso A história de um povo, a inspiração Um dia cativo, hoje altivo e orgulhoso do seu chão Sou Mocidade, vêm para me ver Meu grande amor Eu não vivo sem você O galo forte de valor e atitude Lugar de essência, resistência e negritude