Água de cheiro, amor No toque do tambor é purificação, magia Arruda e guiné, Agô pra quem tem fé O meu tigre lava a alma na avenida Tumbeiros na imensidão do oceano Partiram de solo africano para aportar na Bahia Mãe preta na mão de sinhá e sinhô Escravizada pela cor, trabalhava noite e dia Sagrados sabores em seus tabuleiros Na rua a resistência dos terreiros Do Agerê de Oyá, o amalá pra xangô,Kaô, Kaô Vatapá, abará e acarajé Temperados no azeite de dendê Salve o Senhor do Bonfim Na colina tem Xirê E chegando no meu Rio de Janeiro Na casa de Ciata, o batuque de bamba Tinha reza, ritual mandingueiro No quintal nascia o samba Vou seguir a procissão Pedir a bênção a nossa senhora De todos os santos, andores, altares Trazer seu axé na fé dos milagres Taieira solta a voz, o povo a festejar Hoje o seu cortejo vai passar É você a força que resiste a chibata Em você vive a esperança de uma raça Oh, mãe baiana, derrame Abô por essa terra O seu branco é luz Conduz a porto da pedra