Nunca serei exatamente aquilo que desejas Pois estarei mais além ou aquém Do momento em que vejas Como num jogo de espelhos Só terás a múltipla imagem E a tua pedra será bobagem Um arremedo da minha coragem Subo as escadas do sucesso Como sobe um atleta E tu me vês super-homem Alcançado a tua meta Mas quando pensas que entrei Já serei suicida Este teu céu é limite E eu prefiro o calor do meu inverno Lembra do tempo em que era Liberdade, liberdade Nos corredores escuros Os donos da vida e da morte Era de heróis, era de fortes Era de bravos guerreiros Era a justiça de um povo Nas mãos de bel companheiros Hoje chevrar a memória Limpar todo o sangue com detergente A tal da felicidade Nas bancas do artigo do dia Tapa, rasteira, rasga-retrato Dedo no olho, porrada Desculpe-me, mas disto eu tenho verdadeira alergia Eu sou aquele amado, odiado Que se beija apedreja Brigue, fustigue, castigue A couraça do moleque Nunca confie ni mim Pois por certo me desconfio E nunca estarei no ponto exato E tu dirás - ah moleque, eu te mato E gritarás - ah moleque, um dia eu te pego E eu estarei nas estradas Na alegria da luta Pois um moleque é sempre Um ótimo filho da própria Massa, graça, força, emoção Sangue nas veias gritando Festa trabalho Atrevido moleque Coração Festa trabalho