Eles já estão ficando, eles já estão dormindo, no centro, no coração da cidade Saem dos seus trabalhos e ficam já instalados, no centro no coração. Da cidade Sob os viadutos, sob todas marquizes - questão de comunidade. Equilibrismo possível, malabarismo possível, dos corações, no coração. Da cidade Cobram-se com os jornais que falam da vida que vai nas veias, no coração Da cidade Comem migalhas dos pombos, fazem as necessidades, no coração Da cidade Dividem as dificuldades como se devia fazer - questão de comunidade Sonham o fim de semana, crianças, mulheres e camas, seus corações, no coração Da cidade Suas mulheres guerreiras fazem a vida lá longe do coração da cidade Ficam insones à noite, cuidam de suas crianças, nos seus corações Das cidades O coração da cidade não abre nunca aos domingos, não vê esta impunidade Crianças, mulheres e homens, brincando, sorrindo, se amando na festa da marginalidade O coração Da cidade não tem o menor respeito com os corações Das cidades E os corações das cidades não voltam nunca pra caça, são prisioneiros Do coração da cidade.