Cursou sua guitarra no plasma dos fogões Que brotam a beira dos caminhos Florescendo ausências Pra destampar nos mates Doçuras e solidões amargas Velho cepo de três pernas Arredondando lembranças Sem andar vence distâncias Que cruzam por horas lerdas Brincam silêncios comigo Nas mortas tardes de cinza E no calado dos mates Brotam asas encerradas Nasce o adeus da partida Pra o regresso de uma ausência Cresce o valor de querência numa légua distraída Vejo o piazedo brincando No campo que aninha as casas Parecendo flor miúda Na distração das canhadas Tenho a alma provinciana As vezes me afoga e cresce Quando um presente se aquece Nesta saudade tirana Passa lerda e pachorrenta a comitiva de nuvens Que canhada pelo vento, o entardecer na chuva de verão Ficou empoçado, estilhaçaram-se céus pelo caminho Na boca da guitarra, rastreadora de distâncias A milonga galpneira no berro da tambeira ausência chamando a cria, No contraponto de asas silenciando em cada canto E a procissão do rastro nas estradas Apeiam uma saudade grande nas coisas que eu quero tanto