Sou que nem água de sanga Trazida pela enxurrada Depois da chuva passada Desaparece perdida Que nem estrada comprida Quando ausência sem chegada Resta aragem tarde fria Só no calor do amargo Fico a escutar fantasmas Que há muito tempo esquecia O vento é feito de ausências Quando sopra das taperas Amortalhando quimeras Espalhadas na querência Eu desconheço distância Maior que a transformação Quando conserva a ilusão de um tempo que já apagado Busca um presente passado na velha recordação Me agrada o rancho solito Sem alaridos por perto Plantado num céu aberto Junto ao capão de eucalipto Gastei as léguas de moço Em sonos que não vingaram E só fiquei na distância Dos rastros que se apagaram