A tarde vinha comprida Pelo lombo do alambrado E o lagoão estaqueado de silêncios Transbordava A tarde pintando vultos Na preguiça das lonjuras No banhado a saracura Ciscava um resto de Sol O lusco-fusco tordilho Recorrendo um horizonte Tranqueava pelo poente Levando luz em reponte O açude Couro grande da brazina No entardecer estaqueado Que as traíras tiram tentos No silêncio pra laçar As lendas do pago Dorme incendiada de auroras A sombra se espreguiçando Perfuma o hálito a brisa Que a terra vai respirando Mateando por tras dos olhos Percebi, que esta existência Só tem razão na querência Que a gente tem pelo pago