Ê O trem tá descarrilhado No rumo da escuridão Tem Fogueira ardendo na praça Balão caindo, fumaça Tragédia ao som de baião Incêndio armado na farsa E respondendo com raça Um Virgulino, um Zelão Ê, ê Tem fuzuê no sertão Tem Dono botando mordaça Velho bebendo cachaça Cambaleando ao chão Tem Nego apanhando de graça E um menestral, de pirraça Faz de tudo canção A Lua chora de pena É tanta vida pequena A despencar no clarão Ê Não foi na bala é no fogo Os homens fazem de novo Enquanto dizem amém Arruma aí teus teréns Que ninguém sabe a que vem Que Deus nos cure de tanta mazela Principalmente a dor do coração Deus nos proteja dos males da tela Triste aquarela que nos tira o chão Arruma aí, cumpadre, os teus teréns Que ninguém sabe mesmo a que se vem Que Deus nos proteja de tanta tristeza E da natureza dos homens de bem