Senhor, hoje eu olho para a terra E vejo todas as sementes por vós plantadas perecerem Olho para os edifícios, as casas luxuosas os aparelhos criados para o conforto do homem Mas eu não me mudo, Senhor E me pergunto, de que adianta saber Que tudo está com a mente voltada para coisas bem distantes Se esquecemos de nós mesmos, Senhor. De que adianta eu fazer o que faço na vida Eu frequentar uns lugares que frequento Se na verdade apenas o meu corpo se satisfaz Pois a mente continua na mesma Na mesma, entorpecida por frustrações De que adianta, Senhor Se ter a imagem de rico Perante os amigos Se muitas vezes o próprio filho Chora a falta de um pão De que adianta, Senhor Tanto trabalho pra tão pouca recompensa E tanta criatividade pra tão pouco senso E tanto tempo pra tão pouca vida Infelizmente, Senhor De que adianta eu caminhar aos quatro cantos do firmamento Pedindo pra que todos meditem Afinal, de que adiantará fazer uma frase alimentando o amor Eu escrever um livro argumentando a paz Se na verdade existem homens que são pagos Para criticar e derrubar os outros Em horrenda sede pela perseguição E por mais que eu fale, por mais que eu cante, por mais que eu grite Ninguém me escutará E é por isso que eu vos peço, Senhor Que me acolha no seu manto de paz E que nesse mundo de muitos mitos e poucas adorações De muitas fantasias e poucas realidades Fazei com que eu procure realmente viver E não apenas passar pela vida De que adianta, Senhor Se ter a imagem de rico Perante os amigos Se muitas vezes o próprio filho Chora a falta de um pão De que adianta, Senhor Tanto trabalho pra tão pouca recompensa E tanta criatividade pra tão pouco senso E tanto tempo pra tão pouca vida