Eu, que vivo de cantiga É bem assim que eu sou Tropeiro da tropa antiga Que, no mundo, se criou Pra mim, não tem dia quente Também não tem noite fria Pra cantar pra minha gente É sempre uma alegria O mundo é minha querência O Rio Grande é meu galpão Mantenho a minha vivência Nos moldes da tradição Aonde eu chego, garanto Que a tristeza vai embora Pois, pra cantar o meu canto Não tem dia e não tem hora Perdi a conta de quantos Fandangos eu já toquei E nem recordo dos tantos Caminhos que eu já cruzei E, nessas idas e vindas Deixo alguém a me esperar E, assim, vou levando a vida No ofício de cantar Perdi a conta de quantos Fandangos eu já toquei E nem recordo dos tantos Caminhos que eu já cruzei E, nessas idas e vindas Deixo alguém a me esperar E, assim, vou levando a vida No ofício de cantar Pra tocar baile animado Nunca me faltou vontade Eu canto verso rimado Sempre falando a verdade Abraçado nessa gaita Eu levo a vida que quis E o que me deixa contente É ver todo mundo feliz Em qualquer lugar que eu chego Já vou fazendo amizade E, nesta sina de andejo Quando vou, deixo saudade Sempre com sorriso franco Não reclamo do cansaço E, assim, vou levando a vida Com Deus guiando meus passos Perdi a conta de quantos Fandangos eu já toquei E nem recordo dos tantos Caminhos que eu já cruzei E, nessas idas e vindas Deixo alguém a me esperar E, assim, vou levando a vida No ofício de cantar Perdi a conta de quantos Fandangos eu já toquei E nem recordo dos tantos Caminhos que eu já cruzei E, nessas idas e vindas Deixo alguém a me esperar E, assim, vou levando a vida No ofício de cantar