Ah, eu quero só tua carne Morde agora as maçãs do teu rosto Me devora com o teu charme E me entrega o que está exposto Pois se estou a serpentear-me É pra instigar-te o oposto A máquina do mundo engoliu meu sexo Levou pra longe as possibilidades do toque Enlatou o cheiro, encobriu o outro A máquina do mundo engoliu o tempo, inverteu o senso e o sonso acatou A máquina do mundo engoliu o amor Mas virá o dia em que todo o meu corpo será coração E nesse momento, sem jogo, tu transitarás com ele na mão Como quem transporta o fogo Verás que não é ilusão A vida é bem maior que esse poema bobo Ela é como minha alma em erupção Quando eu te avisto e me entrego todo, cheio Da mais pura paixão Quando eu te avisto e me entrego todo Da mais pura paixão