Cheia de cismas e defeitos Um tanto quebradiça e esturricada Um mosaico de traumas no peito Feito os degraus de uma escada Me descrevendo sob a ótica de conceitos Inusitados, todos de fachada Pro teu governo eu sou, sim, imperfeito De ossos, nervos, carne e mancadas Amor estanque, mais velho que o mar Onde, enfim, poderei te encontrar? Amor perverso, roto e disperso Por onde andei já não cabe regresso A lua despiu seu corpo das vestes Abracei a dor de estar visível Ela seguiu sem notar os flertes Do meu querer indizível Um sentimento abrasador, feito a peste Tornou a imagem perecível Tudo resultante e nada que se preste Ao meu desejo corrosível Amor estanque, mais velho que o mar Onde, enfim, poderei te encontrar? Amor perverso, roto e disperso Por onde andei já não cabe regresso Aqueles olhos envidraçados Albergaram a minha tarde Em seus contornos alados Redescobri a chama que arde No peito de adolescentes apaixonados Mesmo agora, quando o frio encarde Reavivo o sol, surrupiado E que tenhas razão, que seja de verdade Amor estanque, mais velho que o mar Onde, enfim, poderei te encontrar Amor perverso, roto e disperso Por onde andei, já não cabe regresso