Pelas ladeiras da alma A tua voz veio, deslisando Senti que estava na palma Da mão de um anjo, brincando Adornada em pura calma Encontrasses meu amor, alucinando A musa de gesso, esculpida no ponto Instiga o desejo desse ser nunca pronto Mais que o beijo, deslumbrado e tonto A paisagem que vejo é o paraíso do vigário conto A doença da poesia reside nas palavras Nas imagens, nos cheiros, nos desencontros Nas lembranças vis que eu nem lembrava Como uma língua de areia sorvendo prantos Na plasticidade das gotas, caindo em favas Cambaleio até a cama onde teu corpo habitava A musa de gesso, esculpida no ponto Instiga o desejo desse ser nunca pronto Mais que o beijo, deslumbrado e tonto A paisagem que vejo é o paraíso do vigário conto