Te chamo pro amor meu amor nessa noite Despoja-te de tuas vestes Eu quero a nudez, quero tua palidez Nessa beira de rio Amores foram celebrados à mesma maneira Monarcas, plebeus, pastores, escravos, índios e negros se deram em igual desvario Ante o poder do desejo e do amor Todo o céu reluz Ante o apelo da pele excitada Todos os astros se curvam Ante o desejo de uma paixão Não há poder de barganha E o mundo real, preconceito, conceito E o ódio se turvam O céu que nos guarda e acoita é o mesmo Que testemunhou faraós, rainhas, guerreiros, escravos nas águas no nilo, ao calor ou ao frio Tirando das costas o fardo da lei e do poder, o peso das Pedras, os cortes do açoite Eram todos iguais, amantes das águas do rio Refrão Ante o poder do desejo e do amor Todo o céu reluz Ante o apelo da pele excitada Todos os astros se curvam Ante o desejo de uma paixão Não há poder de barganha E o mundo real, preconceito, conceito E o ódio se turvam Por isso eu te chamo pro amor, meu amor nessa noite Desnuda teu corpo, revela tua alma Nas águas do rio xingu nosso amor faz a lei Revela tua realeza que eu vou te tocar com um quê de nobreza se queres te a dar à mim como rainha faz de mim o teu rei