Genomma

Metade do Céu

Genomma


As pedras voam e elas saem de suas mãos
Acertam alma, cabeça e coração
Da criança inocente

Passo a passo vai vencendo a estupidez
TV de sangue com o jornal das 6
E a pedra? Ela volta e acerta

Você não sabe o que é verdade
Só conhece a metade do céu

Todo dia tem calvário no Brasil
1500 e anos 2000
E o país do futuro?
O presente já faliu

Meu travesseiro de concreto é o que eu ganhei
Meu cobertor, o viaduto onde eu andei
Sei que sou invisível, improvável, imprevisto

Imagino você na sua casa
Protegido por muralhas de mim

Você se esquece de que desde que eu nasci
Não tive chances de viver sobrevivi
Somos tão diferentes

Enlataram e congelaram o amor
Aqui só vale a mentira e o pudor
Moralmente ferido, proibido, detido

Se nado contra a corrente que insiste em me prender
É porque sou insistente
Luto para o amor prevalecer