Não quero ser a tua voz, nem ao menos te calar Mas quero que saiba que não consigo mais ver toda a hipocrisia Tudo que fazem contra você, oprimido, cuja luta diária é ignorada Levanta- te do chão e lute! Levanta-te do chão e lute! Ao pobre favelado, cuja omissão do estado abrevia a vida À mulher assassinada todos os dias Cujo sangue lava a honra imunda Levantem-se e lutem! Ao negro malvisto, sujo e maltrapilho, cuja dignidade é um luxo Não deixe que seus filhos virem Escravos do neoliberalismo branco Levanta e luta! O nordestino, que troca seu voto por dignidade Não seja mais uma vítima dos carrascos da senzala moderna Levante sua cabeça e lute contra o sistema O homossexual e a lésbica, cujo amor Incomoda aos conservadores hipócritas Não se deixem subjulgar pela heteronormatividade assassina Juntem suas forças e lutem! A transexual prostituta, você é um ser humano igual a mim Merece todos os meus direitos que lhe Se são negados por ser fiel a si mesma Pegue suas armas e lute! São paulo, terra da hipocrisia São paulo, terra da elite ignorante São paulo, terra lavada com o sangue da opressão O cimento desta cidade tem o sangue de vocês O concreto desta cidade possui a alma de vocês O asfalto desta cidade não merece os teus pés oprimidos A arma que te assalta é financiada pela tua omissão A miséria na esquina reflete a sua indiferença Oprimidos, vocês não podem ficar calados Oprimidas, vocês precisam ter suas vozes ouvidas O gigante acordou! E ele é fascista Gigante este que precisa ser derrubado Gigante neoliberal, de direita e hipócrita Não conseguirá vencer as vozes dos que sofrem Por isto, opressor, trema diante de tuas atrocidades Pois o oprimido irá tomar o teu lugar.