Fiz um vanerão sambado Este samba vanerado Que até hoje ninguém viu Só prá ver como é que fica Gaita ponto com cuíca Olha só o que saiu Cavaquinho com guitarra Tá na cara que dá farra E muito pano pra manga Bumbo leguero e pandeiro Vai ser aquele entrevero Na minha escola de samba E com chimarrão e mé Todos vão dizer no pé No galpão ou na favela E quem sabe em fevereiro Eu não saia de gaiteiro Na mangueira ou na portela Seu chico avise o passista Que a chinoca vai pra pista Vanerar no meu sambão E o ginete não se afrouxa Vai esperando as cabrochas Pra sambar no vanerão Esse vanerão sambado Pode crer que dá babado Com dois roncos diferentes A cuíca com seu breque E a gaita ponto que é um leque Não vai ter ninguém que aguente E com chimarrão e mé Todos vão dizer no pé No galpão ou na favela E quem sabe em fevereiro Eu não saia de gaiteiro Na mangueira ou na portela O som desse reco-reco Chega até me dar um treco Pois faz cócegas no fole E este tal de repilique Deixa a gente no chilique Boca seca e corpo mole Mas seu chico não se zangue Com esta cruza de sangue Debaixo de um céu de anil É o rio grande hospitaleiro E o meu rio de janeiro Afinal, tudo é brasil E com chimarrão e mé Todos vão dizer no pé No galpão ou na favela E quem sabe em fevereiro Eu não saia de gaiteiro Na mangueira ou na portela