Colônia de sete casas Numa delas morava meu bem Hoje acabou tudo em nada Ali não existe ninguém Só ficou o esteio de pé Da casinha que foi derrubada Um recanto que era alegria Somente a tristeza Fez sua morada No dia que passei por lá Quase morto de solidão Só se ouvia cigarras cantando Naquelas tardes de verão O cantar de uma rolinha branca Machucava o meu coração Parecia estar vendo mamãe No quintal tratando das criação A casinha que eu nasci Por sinal não existe mais Tem um velho pé de primavera Que eu plantei quando era rapaz Na copa de uma manjiqueira Cantam triste as pombas do ar Parecem estar adivinhando Que a minha saudade e demais O corpinho que eu pescava E passava perto do quintal O cantar triste da saracura Quanta saudades me traz Avistei o pé de palmeira Quase morto não floração mais Ainda gravado no tronco O nome do meu velho pai Do Mourão só restavam os esteios Que foi feito de pau de aroeira Apodreceu o carro de boi Quatro cangas e a estradeira A cabeça do boi malhado Ainda está no Mourão da porteira Era o boi que papai estimava Mansinho pra Ir pra mangueira