O senhor Cláudio Rodante E o Abílio, seu irmão Me contaram a sua história Sua vida de peão Dos transportes que fazia Viajando pro sertão Embaixo de chuvarada Tempestade e solidão Pelas estradas compridas Onde arriscou sua vida Pra poder ganhar o pão Eu achei muito importante O transporte que eles fez Tiraram lá de Goiás Cinco mil de uma vez Mil e quinhentos mestiço De cor baio javanês Dois mil boi índio Brasil De três anos e argum mês Mil e quinhentos boi preto Entregaram em Barretos Na fazenda dos inglês Levaram na comitiva Trinta peão e cozinheiro Oitenta mula de sela Vinte burro de cargueiro Pra despesa da viagem Cinco milhão de cruzeiro Cláudio era o capataz Laurindo era o berranteiro Atravessou o estado de Minas No repique da buzina Balançava o chão mineiro Voltaram para São Paulo Viajou para Belém No Brasil de sul ao norte Sempre neste vai e vem Foi assim que eles ganharam Tudo quanto hoje tem Reservaram duas mulas Que ajudou ganhar também Dão ração e muito pasto Mas não vende nem o rastro Serviço elas não tem Hoje os dois mora em Rio Preto Muito bem de situação Todos os dois é fazendeiro E dono de muito chão Muito gado na invernada No banco muitos milhão Amigo por toda a parte Que ele faz estimação Mula loira e a mateira Descansa lá na cocheira Na sombra do seu garpão, ai