É tarde, muito tarde Cheiro as cinzas da mata e do capim Já quase dezoito horas E a memória não se lembra Duma tarde feito assim Poente, triste carmim Na fumaça, as visões do Pantanal Um fogo por demais enlouquecido Queima ponte, salta estrada e a piúva Vira tocha, nessa noite, no Abobral Os bichos apavorados Cercados, não existe mais saída A imagem consumida amanhã A carcaça da iguana no meio do picumã E depois Tudo, tudo tão igual Tão banal! A queimada do Bioma Pantanal