Os loucos estão pisando Em templos imaginários Seus passos baços traçando Tranquilos itinerários Nos braços da fantasia Não têm noite não tem dia São gestos solitários Seus bolsos são relicários De tesouros irreais Os seus sentidos pressentem As coisas transcendentais E reinventam quimeras Na beira de crateras Dos tempos e temporais Os loucos buscam graais, Madrigais, coplas e hinos E vão, em seus palafréns, Tecendo castos destinos Os loucos não são letais São poucos, mas são leais São loucos, não cabotinos! Em tropéis peregrinos, Em silêncios sepulcrais, Os loucos contemplam mitos Com flâmulas siderais... Alfim, numa nuvem-lã, Alcançam Aldebarã E não retornam jamais!