Um vaqueiro Sertanejo Deste da caatinga pura Criado com Rapadura Farinha de milho e queijo Disse: Assim o meu desejo Realizarei um dia Com fé na Virgem Maria Santa pura e consagrada Fazerei minha morada Onde meu gado dormia Assim fez Pedro Coelho Vaqueiro herói do gibão Nascido lá no sertão Sua vida é um espelho Pediu a Deus de joelho E alcançou o que queria Fez a sua moradia Onde dormia a vacada Construiu sua morada Onde seu gado dormia Na fazenda logradouro Onde fica sua área Sertão de Acopiara Ceará o seu tesouro Para Pedro vale ouro Vive cheio de alegria Aboia faz poesia E diz nas suas toadas Construí minha morada Onde meu gado dormia Aonde foi a coxeira As estacas e o mourão Fiz a cozinha Oitão Uma sala de primeira No lugar da forrageira Eu armo a rede macia Onde sopra a ventania Do clarão da madrugada Construí minha morada Onde meu gado dormia Nos campos que lá pisava O Juruá, o Bolero Parece até um mistério Quando nos campos pastava Onde a Chevorlet urrava No pé da caatinga fria Lembro deles todo dia Do cavalo e da vacada Contruí minha morada Onde meu gado dormia Logradouro é meu reinado Minha riqueza meu lar No dia que eu me acabar Lá quero ser enterrado No estrume do gado No curral da Vacaria Minha última moradia De flor e vela enfeitada Construí minha morada Onde meu gado dormia