Em matéria de previsão eu deixo furo Futuro, eu juro, é dimensão Não consigo ver Nem sequer rever Isso porque, no lusco-fusco Ora, pitombas Minha bola de cristal fica fosca Mando bala no escuro Acerto o tiro na boca da mosca Outras tantas giro a Terra toda às tontas Dobro o Cabo das Tormentas Rebatizo Boa Esperança E vou pegando pelo rabo a lebre de vidro Do acaso por acaso Em matéria de previsão, só deixo furo Futuro, eu juro, é dimensão Vejo bem no claro E tão mal no escuro Minha vida afinal navega tal e qual Caravela de Cabral O marinheiro mete a cara na janela e grita Sinal de terra Terra à vista Tanto faz Brasil ou Índia Ocidental Oriental A sina começa sempre A dança recomeça Sempre recomeça a dança da sinuca Sempre recomeça a dança A mesma dança da sinuca vital