Como quem não quer
Muito mais que o prazer
De estar alheio à dualidade
E à compulsão
Por existir
E só existir

Há beleza demais
Posta à mesa
Na pressa de chegar
Onde nem se quer ir
Vivendo a ilusão
De uma liberdade
A tendência é o caos
A tendência é o caos

Concreto contra a nudez de dois pés
Crescendo na beira do asfalto
A vida, a vida
Pedindo uns trocados
Nas mãos enrugadas que ainda trabalham
A vida se esvai

Dos olhos perdidos
Carentes de sanidade
A tendência é o caos
A tendência é o caos

O tempo todo alguma coisa me toca
Mas nunca me toca de fato

O tempo todo alguma coisa me toca
Mas nunca me toca de fato
No nível atômico