Não posso fingir que moro na Europa Eu nunca posso ser insincero Pois até quem vendeu me a ideia Mentiu e dormiu Com o seu inimigo Não posso entortar o meu idioma Eu não possuo suas raízes Meu alicerce foi construído Por mão invisível Como a roupa do rei Não posso andar na rua da bairro Eu nunca posso andar na avenida Sem dar ouvidos a este canto Que ou é popular Ou morrendo de fome Mas eu sou feliz E você é feliz No instante em que o ar bagunçadinho Acalma a bagunça da vida Não posso escrever o meu manifesto Eu nunca posso ler o dos outros Sem esbarrar na sua verdade Que vai naufragar Junto ao dono do lancha Não posso sonhar que seja verdade Eu nunca posso ver no seus olhos Realidades, vidas cansadas De tanto buscar Um significado Longe do seu legado Seu julgamento franco Sua distância que trai os seus verbos Tão montados Mas eu sou feliz E você é feliz No instante em que o ar bagunçadinho Acalma a bagunça da vida Mas eu sou feliz E você é feliz No instante em que o ar bagunçadinho Acalma a bagunça da vida Não posso fingir que moro na América Invertida, América norte Morte da América que eu não posso Fingir que eu moro Ou será que eu posso