Fundo do Desconhecido

Misantropia

Fundo do Desconhecido


Eu diria quanta sorte foi sua defunção
Eu diria quanta sorte foi sua decesso
Não diria que minha sorte foi toda ao chão
Não daria ao meu norte o meu sucesso

Ela me olha
E eu quero saber o que tem nesse teu olhar
Ela me olha
Não posso saber porque não vi ninguém de lá voltar

Sei que a muito tempo eu prometia
Parar um pouco com essa minha morbidez
É que o sorriso dela me irradia
E ao mesmo faz eu me perder de vez

Eu diria quanta sorte foi sua defunção
Eu diria quanta sorte foi sua decesso
Talvez eu viva de terno debaixo do chão
Eu daria ao meu norte o meu recesso

Não aguento todo esse amor súbito
Acredito que ele será eterno
Um dia certo ele me levará a óbito
Nesse dia o tempo será lerdo

A curiosidade não bate depois
A misantropia me pergunta qual foi
As perguntas que um dia a vida me fez
Elas foram respondidas de uma só vez

Eu diria quanta sorte foi minha defunção
Eu diria quanta sorte foi minha alegria
Mas perguntaria qual a sua definição
Para o canto dessa tal misantropia

Não me guarde dentro de um caixão
Até porque sofro de claustrofobia
Mas também não quero demonstrar agonia
De daquela moça ter recebido um não

Não diria que minha morte foi minha salvação
Não queria que acabasse dentro um caixão
Não pensava que ela iria me deixar
Eu pensava que ela iria me querer de volta