(Dentro de mim existem dois lobos Desde que o mundo é mundo, o homem Trava uma luta interior do bem Contra o mal) Na espreita enjaulado inerente à essa carcaça Metade diferente do outro da própria raça Longe da graça, oculto atrás da máscara Com dentes afiados ávidos pela desgraça Um passo em falso, e a minha face vêm à tona Descalço na mata do ódio que me impulsiona Me proporciona, a zona de conforto O torto e depravado, arruinado, que beija a lona Toma, um gole dessa dor que extermina Apodrecendo o cesto de seus frutos colhidos São recolhidos, na perca dos sentidos E o fél anseia ferida, imune à efeito morfina Mórbido vagante desse terreno hostil Sou um lobo das sombras de comportamento vil Selvagem, cativado pelo perigo, te digo Não diferencio amigos de inimigos Membro da alcateia, oprimindo inferiores Vingativo eu vivo nesse planeta agressivo Alimentado, com seus ressentimentos Num duelo constante entre o incolor e as cores Abuse, me use, e me torne forte É preferível o lobo, que não uiva, e morde Acorde, o instinto te guia ao ilícito Me torne o lorde de seu fraco espírito Dois lobos Esse confronto me desfaz Dois lobos Um é gentil, outro feroz Dois lobos Um quer a guerra, outro a paz Dois lobos Querem manobrar a minha voz (Um velho índio descrevia seus conflitos interiores Dentro de mim existem dois lobos O lobo do ódio e o do amor Ambos disputam o poder sobre mim Alguém pergunta: qual lobo vence? O velho índio reflete e admite: o que eu alimento) Eu admito mesmo aflito esse convívio com as trevas Sem trégua, diariamente me assombra E ronda, hedionda no pobre âmago turvo Compreendo teu ódio, contudo, não me curvo Num lote que me porte, porto-me de harmonia Note, o mascote com dote de empatia Na via de mão dupla, preso à esse cenário Inquilino, do divino planeta binário Esquecido pelo povo febril pela fortuna Engordam as sombras, e evitam que eu me una À ti. E perde cada chance oportuna Pousa na esfinge, e finge preencher lacunas Atenuando o caos venenoso e pessoal No escuro da caverna, lhe ofereço a lanterna Emancipado e carregado, de algo especial O bem. Que cala o grito da fera interna E essa luta oculta, é bruta entre duas faces E a indecisão só faz com que sua visão embace O impasse te impede que passe de fase Apenas compreenda, que o sentimento é a base De tudo. É o escudo que repele o mal que atenta Na vida, se escute, e consigo mesmo, lute O mal existe mesmo à procura de uma ferramenta Mas só vence, o jogo, o lobo que você alimenta Dois lobos Esse confronto me desfaz Dois lobos Um é gentil, outro feroz Dois lobos Um quer a guerra, outro a paz Dois lobos Querem manobrar a minha voz