Me refugio no teu corpo Pra fugir de mim, do mundo Na luz dos teus olhos Me esqueço que sou mais um Poeta frustrado, boêmio, insano, vagabundo, Que toda essa gente comenta que não presta E a sociedade careta despreza e não quer Mas não pretendo te sujar com as minhas impurezas Nem te confundir com as minhas inquietudes e incertezas Pois te olho com gente e não como mero objeto-mulher Quero transmutar tuas lentes e te mostrar o avesso de tudo Te mostrar a beleza que existe a mostra E que essa gente, cego-míopes não vê Vou-me por amostra pra você filmar, fotografar Com suas retinas o momento em que riu e choro Altero meu humor e na calma me apavoro Grito, me calo, quebro objetos, concerto Me drogo, me soco, me corto, perco a fé, Me redimo na ressaca e depois volto ao normal Só pra você ver se mesmo assim ainda me quer ao seu lado Não sou como os outros Não quero te hipnotizar Não quero sedar os teus sentidos Contar falsas verdades Aos teus olhos e ouvidos pra te enganar Não quero usar fórmulas exatas pra te manipular Nem te entupir de doutrinas e ideologias pra te enfeitiçar Não quero ver você igual a todo mundo Usando o mesmo uniforme careta, preconceituoso que fede Eu quero ver você livre e leve E se quiser pra aonde for também me leve E se achar que não me deixe aqui A única coisa que quero mesmo é que sejas feliz...