Alessandra hoje é só uma lembrança boa Que alimenta um passado consumado Apesar de estar longe, muito longe... Justifica e motiva minha existência Sem ela já finalizada Já não preciso mais chorar Nem no papel escrever mais nada Nem me preocupar em ganhar dinheiro E zelar ao público a minha imagem já desgastada Não preciso mais Por ninguém me senti amado Já não é mais importante Saber se eu estou fazendo O que é certo ou errado O presente e futuro Já não me deixam equivocado O novo é só novo Já não me deixa fascinado O perigo e o medo Depois do fim também passaram E a solidão que um dia fez Hoje não faz mais estragos Eu sei que o que sinto não é amor Paixão ou um sentimento limitado É bem mais forte que um vício De cocaína, café e cigarro... Não se pode comparar Ao simples fanatismo de uma ideologia Céptica, política, dogmática, fundamentada. É bem mais concreto Que um fato cientifico Testado e comprovado Não há retórica De palavras escritas ou faladas Nem artes que expressem O que sinto por ela No fundo do meu âmago E essa saudade que ainda me habita É coisa que um corpo humano falho-limitado O que eu sinto é bem mais Puro, doce, sensível, raro e durável, Que esse espírito nobre Que em mim se move Criado por um Deus tão limitado O que eu sinto não é amor Pois o amor também é algo falho O que sinto não tem nome Apenas estar dentro do meu âmago Por isso quero me entendas Por que tenho andado tão calado. E que essa mudez e esse silêncio Sejam capazes de expressar O que sinto dentro do meu âmago E te tragam de muito longe, muito longe... Definitivamente para sempre ao meu lado, Tornando inconsumado O nosso passado já consumado E que caiam flores e anjos do céu E me acordem desse sono embriagado Para eu ver se eu estou realmente para sempre Em fim novamente ao te lado.