Existe um livro há muito tempo Que é arcaico e recente São verdades e mentiras Que justificam tantas vidas Dos que já foram Dos que aqui estão Dos que ainda vem Cruzadas, fogueiras, inquisição, Pedofilia, indulgências, Deutsche Christen Essa Guerra Santa nunca fez sentido Não vai fazer sentido agora... O tempo passa, o tempo muda, Os fatos são os mesmos, mas as pessoas são outras. (2x) Mas o que me surpreender É que tanta gente tenha acreditado E ainda insista em viver essa fé-ideológica Tão limpa que imunda o mundo Páginas diferentes Retóricas iguais Que confunde e alienia os outros Páginas iguais Retóricas diferentes Que confunde e alienia os outros Mas há milagres pelo mundo! Milagres só são bênçãos na retórica Porque literalmente tem um preço E é tão comum a água se transformar em vapor e gelo O incomum é um alquimista fazer apenas de água, o vinho tinto Mas não é isso que perturba meu pensamento O que me intriga é um ser capaz de criar o universo E não conseguir educar os bárbaros, sozinho. Páginas diferentes Retóricas iguais Que confunde e alienia os outros Páginas iguais Retóricas diferentes Que confunde e alienia os outros O que me irrita é que muita gente ainda não tenha percebido Que o pecado não é nascer e sim ainda está vivo. Se o amor é bom e não faz mal a ninguém? Porque a mendicância de insistir em sofrer Pra ser amado pelos outros... Palavras iguais Palavras diferentes No fim umas iguais as outras Palavras iguais tão desiguais No fim tanto faz No fim tanto faz No fim tanto faz uma ou outra. Eu sigo seus passos Além dos seus rastros Sigo em frente quando já não tem Nenhum vestígio de você Eu sigo em frente Eu volto ao passado Pra catar qualquer migalha de você Eu sigo em frente Além dos seus rastros Voltando ao passado Pra num futuro certo Mais uma vez te perder Eu sigo em frente Eu volto ao passado Suborno os fatos Pra me enganar Pra te convencer: Que tudo é innocence Sem inocência nos atos A decadência não é amar E sim amar você... Por isso sigo em frente Contra o acaso Contra o tédio dos quadros Por entre carros, barcos e conchavos A overdose não é amar E sim amar você... Por isso sigo em frente A incerteza nos passos Os passos, os rastros Tudo se conjuga e conjuga em vão Mais uma vez eu e você. Em frente... Cansado eu paro. Me sento e entre estranhos Conto tu que vi, que vivi, que senti... Um dia por você.