São duas horas da manhã Na mente o mesmo filme estranho A solidão impregnada na pele, no pêlo Nas artérias, nos neurônios, no sangue e no suor... A razão dopada pelo êxtase profundo Evitando que a realidade Mostre a dor pela ausência Do corpo que hoje não está mais embaixo do lençol A loucura possuindo o corpo frágil Cantando em língua de anjos Canções tristes e estranhas Ensurdecendo ao máximo os ouvidos Com graves cavalares de desilusão Memórias... Colocando o chão no teto e as paredes por baixo do chão Desenhando símbolos indecifráveis na carne Com os bisturis da saudade e depressão Enquanto isso os olhos insanos Inundam o rosto de lágrimas Se afogando... Todos os dias às duas horas da manhã Vem ma mente o mesmo filme estranho Só confia em Eros Quem não conhece na plenitude o amor Eu, eu... Hoje sou Ateu... Nunca mais vou viver pra esse Deus...