No fundo dos teus olhos vejo icebergs Artérias de ferro, coração de contêiner Perfeita, bela e simétrica Nua, cristalina e sem poesia Feita pro pecado Nem quente ou morna Gelada ou fria Sem transpiração Agora! Nem minha mulher, nem minha amiga Doses e tragos, Lembranças... Contentamento e decepção Meu ápice e ruína em tuas mãos No ronco do motor: Dezembro, sagitário, dois e sete Sem passado ou futuro Em câmera lenta se repete o flash-back Filhos de Sampa em Pernambuco Duas cidades do interior na mesma rota de colisão Nada foi por acaso Nada foi ilusão Mas separados tudo se mostra em vão Dentro do meu quarto No fundo de mim mesmo A mesma velha e nova agonia Um exercito de sentimentos mortos pelo chão todo dia Nada foi por acaso Nada foi ilusão Vejo a felicidade escapar da minha boca Dos meus dentes, fugir das minhas mãos E separados tudo se mostra em vão...