O motorista companheiro amigo Que no volante tu luta e forceja Caminhoneiros deste mundo velho Em qualquer canto que esta hora esteja Vim te prestar uma simples homenagem Junto a uma prece lá na santa igreja Tua profissão eu respeito e louvo E que são Cristóvão sempre te proteja. Graças a Deus que já voltei de novo Caminhoneiro a vida não é mansa Mas esta noite vou dormir tranqüilo Agarradinho na mãe das criança. Peço as esposas dos caminhoneiros As namoradas e as noivas também Que rezem muito por estas soldados Que estão peleando pelo mundo além. Os mais antigos estão se aposentando E os mais novos iniciando arecém Sentem saudade da mãe e do pai Eles só sabem a hora que saem Mas desconhecem o dia que vem. Às vezes o dia amanhece azarento Que lê entristece e de viajar enjoa Fura um pneu, até bate o motor, Rebenta um eixo, pinhão e coroa. A caixa quebra, lhe suja de óleo Barro velho vermelho de chuva ou garoa Vai levar as mãos bota fora aliança E a mulher velha perde a confiança E ele o carinho da velha patroa. Uma boa viagem a todos os motoristas Os caminhoneiros entreguem certo a carga E os assaltantes nem lembram de vocês E nunca mais passam horas amargas. Tanto na ida, no pouso ou na vinda Suas estradas sejam livres e largas Tu é um rei e a cabine é o trono Na noite longa pra espantar o sono Escuta a fita do Francisco Vargas.