Francisco Petrônio

A Deusa da Minha Rua

Francisco Petrônio


A deusa da minha rua 
Tem os olhos onde a lua 
Costuma se embriagar 
Nos seus olhos eu suponho 
Que o sol num dourado sonho 
Vai claridade buscar 
Minha rua é sem graça 
Mas quando por ela passa 
Seu vulto que me seduz 
A ruazinha modesta 
É uma paisagem de festa 
É uma cascata de luz 

Na rua uma poça d'água 
Espelho de minha mágoa 
Transporta o céu para o chão 
Tal qual o chão da minha vida 
A minha alma comovida 
O meu pobre coração 

Infeliz da minha mágoa 
Meus olhos são poças d'água 
Sonhando com seu olhar 
Ela é tão rica e eu tão pobre 
Eu sou plebeu e ela é nobre 
Não vale a pena sonhar 

Infeliz da minha mágoa 
Meus olhos são poças d'água 
Sonhando com seu olhar 
Ela é tão rica e eu tão pobre 
Eu sou plebeu e ela é nobre 
Não vale a pena sonhar