Francisco Mário

Brinquedo

Francisco Mário


Aquele ali não sabe se dorme
A vida ou brinca com o cansaço
Se chora, se grita as horas de
Descanso são feito viagem
Os braços que trabalham
O corpo que esmorece e finge
Que é feliz com dever
Cumprido
Seus filhos vão poder
Viver brincando com os
Restos de forças de luz
Acende a cidade e sente que vai mesmo
Vai mesmo se apagar e pronto
Poucas horas depois, levantar-se
Novo e mesmo resmungando
De volta ao trabalho, queimando sua
Vida, podendo até parava
Mais pensa no brinquedo o riso
Do filho e brinca com os amigos
Da mesma prisão
Cantando animado
Gozando o mais fraco esquece por minutos
Da escravidão
Aquele ali não sabe